A vida que cabe em você...

A gente vive tentando equilibrar tudo... trabalho, casa, autocuidado, relações, metas. Mas às vezes parece que a vida que a gente construiu não comporta quem a gente é.

É tanta pressão para dar conta, que esquecemos de perguntar se é disso mesmo que queremos dar conta.

Tem fases em que a gente se enche de metas. Acordar às 5h. Treinar todo dia. Comer limpo. Meditar. Ler 3 livros por mês.

Por um tempo, até funciona. A rotina parece sob controle. Mas logo o corpo começa a reclamar, a mente pesa e o prazer desaparece. E tudo o que era “disciplina” vira exaustão.

É que a motivação tem prazo de validade. Ela nasce do impulso, da vontade de mudar, mas morre quando a mudança vira obrigação.

O que sustenta a constância não é intensidade, é coerência. É construir uma rotina que comporte você — com seus limites, cansaços e pausas.

Você não precisa de uma vida performática, precisa de uma vida possível. Uma que te permita descansar sem culpa, comer com prazer, errar sem se punir. Uma vida em que caiba o trabalho, o silêncio, o café sem pressa, o riso sem propósito. Uma vida com tempo para existir, não só produzir.

Equilíbrio não é sobre fazer tudo. É sobre fazer o que faz sentido — e conseguir sustentar isso a longo prazo. É sobre entender que constância também tem dias lentos, preguiçosos e confusos. E que tá tudo bem.

A vida não é um projeto de alta performance. É um processo de presença. E o que a gente mais precisa não é de uma nova meta, é de um novo ritmo.

Talvez o verdadeiro sucesso seja criar uma rotina que te comporte inteira — corpo, mente e alma.

Porque no fim, o que realmente transforma não é o que você faz por um mês. É o que você consegue continuar fazendo quando ninguém está vendo.

E você? Sente que está vivendo uma vida que te comporta — ou tentando caber em uma que te aperta?